USINABILIDADE DO AÇO INOXIDÁVEL SUPERMARTENSÍTICO DURANTE O SERRAMENTO CIRCULAR UTILIZANDO SERRAS COM INSERTOS INTERCAMBIÁVEIS DE METAL DURO REVESTIDOS E SEM REVESTIMENTO

O aço inoxidável supermartensítico é um dos materiais empregados na fabricação de tubos rígidos para extração de petróleo e gás natural na camada do Pré-Sal por possuir maior resistência à corrosão por CO2 e H2S se comparado com o aço inoxidável martensítico convencional. Com isto, ocorreu o aumento da demanda por este produto e a consequente necessidade de otimização da sua produção. Para tanto, tornou-se necessário o melhor entendimento dos fenômenos ocorridos durante usinagem deste material, em especial o estudo do serramento circular. O presente trabalho tem como objetivo identificar os principais fatores que influenciam a usinabilidade do aço inoxidável supermartensítico durante o serramento circular utilizando ferramentas com insertos intercambiáveis de metal duro sem revestimento e revestidos pelos métodos deposição física de vapor (PVD) e deposição química de vapor a média temperatura (MT-CVD). Mais especificamente, foi analisada a influência dos parâmetros velocidade de corte, avanço por dente e revestimento do inserto sobre a força de corte, temperatura, qualidade superficial e cavacos gerados, além da análise do desgaste dos insertos e das alterações microestruturais induzidas na superfície serrada. Para cada serra circular, os dados referentes às grandezas de saída que foram avaliados estatisticamente por meio da análise de variância. Para todas as grandezas de saída analisadas, foi calculado seu valor médio e intervalo de confiança de 95% com o intuito de verificar se os valores obtidos para as três serras eram estatisticamente distintos. Foi investigada a influência dos parâmetros de entrada (velocidade de corte, avanço por dente e revestimento) sobre os parâmetros de saída (força de corte, temperatura, qualidade superficial e formato do cavaco). Os insertos foram analisados antes e depois dos ensaios com o intuito de verificar o desgaste. Também foi realizada a classificação dos cavacos no que se refere a sua morfologia e microestrutura.

17/02/2016

13:00

Auditório do Departamento de Engenharia Mecânica

Transformações e impactos no trabalho coletivo da Linha Viva

O setor de energia clama por estudos sistemáticos que aprimorem a sua eficiência, dada a sua dimensão, imprescindibilidade e posição de destaque na expansão do quadro tecnológico e econômico brasileiro, buscando também a sustentabilidade social. Este campo foi escolhido para o estudo, pois tem vivido um importante momento político, no qual o "Pacto pela Saúde e Segurança" foi firmado em 2013, entre uma estatal do setor e o sindicato, visando intervenções a curto, médio e longo prazo que melhorem as condições de trabalho dos eletricistas de Linha Viva, aqueles que operam em rede energizada de média tensão (13,8 kV). A controvérsia a respeito da introdução das duplas, como uma estrutura possível para a execução do trabalho, levantou polêmica neste espaço, pois gerentes e técnicos a favor de sua implementação se chocam com o argumento dos eletricistas de que ela não é possível, potencializando os riscos e a sobrecarga no trabalho. Assim, torna-se fundamental a contribuição de uma pesquisa strictu sensu que realize uma articulação teórico-prática aprofundada para alcançar os elementos que ajudem a compreender esta contradição. Partindo-se do real, busca-se analisar a atividade dos eletricistas para entender como ocorre a gestão dos riscos nas equipes e como as duplas podem afetar o trabalho. Além disso, torna-se imprescindível aqui ouvir os gerentes e técnicos a respeito desta questão. Sabe-se que o trabalho possui papel central na vida humana e é uma das bases da constituição social do ser, que se engaja de corpo e alma naquilo que faz, mobilizando a sua inteligência, sua capacidade de criar, de agir e de refletir diante do novo a que é apresentado. Colocar o trabalho em questão e elucidar as problemáticas concernentes a ele no mundo contemporâneo constituem uma via fecunda para se pensar as atuais formas de organização da produção e propor um gerenciamento de recursos materiais e financeiros condizentes com a vida humana.

15/02/2016

14:00

O Catador e a Máquina: transferência de tecnologia e reprojeto em Centrais Mecanizadas de Triagem

Os complexos urbanos na modernidade, aliados ao crescimento populacional, principalmente nas grandes metrópoles, colocam inúmeros desafios que os gestores públicos devem ser capazes de responder. Um desses problemas é a questão do lixo, que é agravada pelo consumismo, pela taxa de utilização decrescente e pela economia linear (extração de recursos naturais não renováveis, transferência/produção, uso e descarte), características marcantes e estruturantes do atual sistema econômico. O Brasil vivencia um novo marco regulatório para a gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU), estabelecido pela Lei nº 12.305/10 (Política Nacional de Resíduos Sólidos). Esse marco estabelece, dentre outras diretrizes, a gestão e o gerenciamento de todo resíduo sólido passível de reutilização, reciclagem e tratamento, recomendando a disposição final ambientalmente adequada apenas dos rejeitos. Além disso, através de vários de seus artigos (Art. 7º, Art. 11, Art. 17, Art. 19 e Art. 40), versa sobre a priorização dos catadores e de suas organizações como principais agentes dos sistemas de gestão integrada de RSU. Esse cenário almejado é bastante distante da realidade da maior parte das cidades brasileiras e do mundo hoje, e para as grandes metrópoles ainda mais, devido à alta geração de resíduos nesses contextos. Diversas tecnologias estrangeiras se apresentam como solução para o problema da escala, porém, tendências de replicação, balizadas na crença da universalidade dos modelos e das tecnologias, prevalecem nos processos de transferência de tecnologia, e representam perigos para a efetivação prática das promessas de eficiência e eficácia dessas soluções. Esse trabalho discorre sobre o caso da recente implantação de Centrais Mecanizadas de Triagem (CMT) de RSU em São Paulo-SP, e procura investigar os principais elementos que influenciam no bom e no mau funcionamento dessa estratégia para gestão de RSU. Analisa ainda os principais problemas encontrados na operação dessas centrais e o processo de reprojeto (ou concepção pelo uso) protagonizado pelos catadores e outros trabalhadores, no intuito de solucioná-los ou ao menos minimizá-los. Pretende-se com esse trabalho o estabelecimento de bases referenciais, teóricas e empíricas, a partir de experiências práticas, que poderão orientar estudos sobre as alternativas de gestão capazes de lidar ao mesmo tempo com a escala crescente da quantidade de resíduos gerada nas cidades e com a inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis.

15/02/2016

08:30

Seminário 1010